07/02/2007

são sempre dois

Vagueias nas mais nuas e felizes ruas de luz, onde não há um fim que procuras, nem a sombra que ininterruptamente te persegue. Não bebes o chá nas horas mornas, não por gosto, sim por justificação; corres, e voltas a correr, desenfreadamente, astuta de mente à escuta, a noite escura a poente. Não envergues a vergonha e mente, mente descaradamente, insolente, demente, contente. Lagartixas amarelas incham ao sol, de cor de mel fulminado em pastel, geringonça mastronça, caminho de lã; sapos ardem em suaves e cálidas tardes de verão, no serão que se avizinha, numa sala ou cozinha, no covil do meu colchão. Arrepios de flores desabrocham no meu lindo jardim, e agradeces, ao sono musculado, a vontade de me recordar. Confortáveis satélites de chifre de rinoceronte escaldado, sobrepostos em muros de bolas de Berlim, açúcar mascavado e creme de marfim. Tu.

1 comentário:

João disse...

atão e essa criatividade?